No fim de abril, a agência de classificação de risco Standard and Poors elevou a nota da dívida externa brasileira de longo prazo para o patamar "grau de investimento". Agora, muitos se perguntam quais serão as conseqüências dessa mudança sobre a economia brasileira e ativos domésticos.
O senso comum diz que o fluxo de entrada de capital estrangeiro deve aumentar. Muitos fundos externos só podem investir em países classificados como grau de investimento. Devem subir a compra de ativos financeiros (bolsa e títulos do governo) e as receitas para investimentos de longo prazo. Empréstimos externos para empresas brasileiras deverão ser mais amplos e baratos, impulsionando a produção e, potencialmente, o PIB.
Mas nem sempre o andamento é do jeito que se espera. Há muitas incertezas no ambiente global. A preocupação em torno da crise do crédito imobiliário norte-americano persiste e não se sabe ao certo quão profunda será a desaceleração econômica daquele país e suas conseqüências mundiais. As commodities seguem valorizadas, algo bom para países emergentes exportadores como o Brasil, mas resta a dúvida se os patamares se manterão. Além disso, o ambiente interno é de alta inflacionária e aperto monetário, iniciado pelo Banco Central em abril. Esperamos que o BC aumente a Selic em 0,50 ponto porcentual nas próximas três reuniões, terminando o ano em 13,25%. Enquanto isso, o índice de inflação IPCA deve encerrar 2008 em 4,9%, acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%.
A obtenção do grau de investimento é um marco para a economia brasileira. No longo prazo, os benefícios certamente virão.
domingo, 18 de maio de 2008
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