segunda-feira, 31 de março de 2008

Ponto de Vista: Os efeitos da Crise dos Estados Unidos sobre o Brasil e no Resto do Mundo



A economia dos Estados Unidos já está em recessão, mas o impacto desta crise sobre a economia brasileira vai depender dos efeitos da desaceleração americana sobre a China e, conseqüentemente, sobre a variação dos preços das commodities. Quando os Estados Unidos entram em recessão, tendem a influenciar outros países, notadamente as nações européias e o Japão.
Se a crise chegar na China deve afetar a commodity e a crise certamente afetará com mais efeito o Brasil. A desaceleração dos Estados Unidos pode durar mais do que o imaginado, com efeitos que são, em média, de 0,22% sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro e de 0,54% sobre o PIB japonês para cada 1% de variação na economia americana. A mesma variação provocaria ainda impacto de 2,3% nas exportações totais da China.
As commodities realmente foram essenciais para o crescimento do Brasil nos últimos anos e são hoje o maior risco para uma desaceleração da economia do país. Ainda não há cenário de contágio da crise americana para o resto do mundo. O Brasil ainda tem uma economia fechada e o impacto de uma redução de 1% do comércio global seria uma queda entre 0,15% e 0,20% do PIB nacional. O fator preço das commodities representou cerca de 70% do aumento das exportações brasileiras nos últimos anos e ressalta que o dinheiro dessas vendas ajuda a sustentar as importações, que por sua vez impedem que a demanda interna crescente gere pressões inflacionárias.
A crise atual é séria porém o Brasil se encontra bem preparado para enfrentá-la, com base na força do setor externo, na inflação sob controle (a menor entre os Brics no ano passado), e na parte fiscal, com a relação dívida/PIB em queda. A crise acontece em um momento especial, em que ocorre uma mudança estrutural no desenho da economia mundial, em que há aumento da importância na produção e na demanda de países emergentes e uma redução da participação de países desenvolvidos.
Esse processo tem uma série de impactos e uma crise pode ser um catalisador de mudanças estruturais que ocorreriam de qualquer forma. O fato positivo é que esta mudança é favorável ao Brasil, disse, lembrando que o país se beneficia pela força econômica demonstrada pelos maiores compradores das commodities produzidas no Brasil.

Fernando Batista

Fotos da Viagem do meu irmão ao Caribe (Colômbia)


Estou postando algumas fotos de um pedaço do paraíso chamado caribe e outras mostrando as peripécias de meu irmão Valdir e seu amigo "maluco" nessa terra maravilhosa.

Essas fotos lembram muito as praias da Bahia...




quarta-feira, 5 de março de 2008

Polêmica sobre as pesquisas com células-tronco ! Qual sua Opinião?

O STF (Supremo Tribunal Federal) adiou nesta quarta-feira (5) a decisão sobre o futuro das pesquisas com células-tronco no Brasil. Como antecipou reportagem da Folha, um pedido de vista do processo feito pelo ministro Carlos Alberto Menezes Direito suspendeu temporariamente o julgamento da ação de inconstitucionalidade contra a Lei de Biossegurança.

Agora, Direito terá o prazo de dez dias para analisar o processo antes de devolvê-lo ao Supremo. Este prazo pode ser prorrogado por duas vezes, totalizando, no máximo, 30dias.
Após ser devolvido, o processo entra novamente na pauta do plenário. Segundo o relator da ação, ministro Carlos Ayres Britto, o julgamento do processo terá prioridade dentro do tribunal.
Ele afirma que a presidente do STF, Ellen Gracie, deve colocar o processo em pauta tão logo Direito conclua sua análise. "A ministra é muito sensível, provavelmente quando o ministro retornar, ela conferirá prioridade", afirmou.

Julgamento
O julgamento durou cerca de cinco horas. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza e o advogado da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), Ives Gandra Martins, discursaram pela inconstitucionalidade da lei. Eles defenderam que a Constituição garante o direito à vida e que o embrião já seria um ser vivo.
"Há consistente convicção científica de que a vida humana acontece a partir da fecundação e o artigo 5º da Constituição garante a inviolabilidade da vida humana", reiterou Souza.
Já o advogado-geral da União, José Antônio Dias Tofolli, o advogado do Congresso Nacional, Leonardo Mundim, e representantes de entidades favoráveis às pesquisas se manifestaram pelo não acolhimento da ação.
"O princípio é o mesmo, de defesa da vida humana", declarou Tofolli.
No novo julgamento não haverá mais as sustentações orais a favor e contra a ação. A sessão deve voltar do ponto em que parou, quando os ministros declaram seus votos sobre a questão.


O que se planeja para as esquisas com células-tronco embrionárias

Paralisias cerebrais, lesões na medula e doenças do coração. Doenças que eram irreversíveis até pouco tempo atrás e hoje têm alguma chance de cura. Essa é a expectativa de médicos e cientistas que pesquisam as células-tronco. Elas têm a capacidade de se transformar em qualquer outra célula do corpo humano e, por isso, podem ajudar na reconstituição de alguns tecidos. No Brasil, as primeiras pesquisas com as células-tronco embrionárias devem ter início em agosto.

O Ministério da Saúde divulgou que 104 projetos de pesquisas foram apresentados por diversas instituições brasileiras. Eles disputarão os R$ 11 milhões oferecidos pelo governo para o desenvolvimento de pesquisas com embriões.

Até o dia quatro de agosto, uma comissão julgadora analisará as propostas e selecionará as pesquisas que receberão o financiamento. Para a pesquisadora do departamento de biologia da Universidade de São Paulo (USP), Lygia da Veiga Pereira, iniciar as pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil é uma oportunidade de acompanhar uma área extremamente promissora na biomedicina. Mas ela alerta que o financiamento não pode parar nas pesquisas iniciais.

"O fundamental é que o financiamento das pesquisas seja, depois, consistente. É importante o governo já se preparar para daqui a algum tempo ter mais verbas disponíveis para a gente poder seguir essas pesquisas que são coisas de longo prazo", diz Lygia.

A utilização de células-tronco de embriões nas pesquisas brasileiras foi permitida com a aprovação da Lei de Biossegurança, em março. A lei, no entanto, apresenta algumas restrições. Só poderão ser utilizados embriões doados com o consentimento dos genitores e que estejam congelados há pelo menos três anos.

O governo também financiará experimentos com células-tronco adultas, derivadas da medula óssea, do cordão umbilical e de outros tecidos. O objetivo, segundo a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia do MS, Suzanne Serruya, é verificar o potencial de uso das células-tronco na medicina e melhorar os tratamentos já existentes no país.

Uma parcela de R$ 8 milhões deverá ser desembolsada ainda este ano. Do total previsto no projeto, R$ 5,5 milhões serão repassados pelo Ministério da Saúde e o restante pelo de Ciência e Tecnologia. Os estudos terão de ser desenvolvidos em até 1 anos e incluem pesquisas em laboratório e experimentos em animais e seres humanos.

Na semana passada, iniciou-se a fase de experiências em seres humanos (chamada de etapa clínica) do maior estudo com células-tronco adultas para o tratamento de doenças do coração já realizado no mundo. Serão submetidos a testes clínicos pacientes portadores de quatro diferentes doenças: infarto agudo do miocárdio, doença isquêmica crônica do coração, cardiomiopatia dilatada e cadiopatia chagásica.

Até o final da pesquisa o governo deve investir R$ 13 milhões para o tratamento de 1,2 mil pacientes com problemas no coração. Caso seja comprovada a eficácia do uso de células-tronco no tratamento de doenças cardíacas, poderá haver uma redução de cerca de R$ 37 milhões por mês nos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS).


Fernando Batista Março/2008

domingo, 2 de março de 2008

Bolsa Familia para o mundo


A edição desta semana da revista britânica The Economist publica uma reportagem sobre o Bolsa Família e afirma que o programa social do governo brasileiro "está ganhando adeptos em todo o mundo".
"Os governos do mundo inteiro estão olhando para este programa", diz Kathy Lindert, do escritório do Banco Mundial em Brasília, à revista.
A Economist afirma que iniciativas semelhantes estão sendo testadas em larga escala em outros países da América Latina e cita uma versão mais refinada do Bolsa Família adotada em Nova York.
De acordo com a reportagem, o Bolsa Família "contribuiu para o aumento na taxa de crescimento econômico do Nordeste acima da média nacional" e ajudou a "reduzir a desigualdade de renda no Brasil".
A Economist destaca o aumento da presença escolar em Alagoas, onde metade das famílias recebe o Bolsa Família, e afirma que essa melhoria pode "ajudar o programa a atingir o objetivo de romper com a cultura de dependência ao garantir uma educação melhor para as crianças".
Além da educação, a revista sugere que o programa do governo brasileiro também aumentou o poder de compra entre os mais pobres.
Microcrédito
A revista cita ainda outra melhoria na situação econômica dos menos favorecidos no Brasil, provocada pela oferta de microcrédito.
O reportagem conta a história de duas famílias alagoanas que se beneficiaram do programa de financiamento e conseguiram abrir um negócio próprio e aumentar a produção de suas microempresas.
A Economist diz ainda que, apesar do sucesso inicial do Bolsa Família, o programa enfrenta alguns problemas.
O primeiro deles, afirma a revista, está relacionado ao temor de fraudes nas informações recolhidas por governos locais para determinar as famílias que têm o direito de receber o benefício.
Segundo a reportagem, "15% dos governos municipais defendem a afirmação improvável de que 100% dos alunos estão freqüentando a escola 100% do tempo".
Outro problema levantado pela revista é a preocupação de que o Bolsa Família se torne um programa permanente no governo brasileiro, e não apenas "um impulso temporário de oportunidades para os mais pobres".
De acordo com a Economist, ainda é muito cedo para identificar essa tendência, que dependerá da capacidade de melhoria das escolas públicas do país.
Por último, a reportagem afirma que críticos acusam o programa de ser apenas um esquema para garantir votos nas eleições. Mas, segundo a revista, essa acusação é "injusta".
Apesar dos problemas, a Economist conclui com um balanço positivo ao afirmar que o gasto "modesto" do governo brasileiro, que investe 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) no programa, está garantindo bons resultados para o país.